Quercus assinala o Dia Mundial do Leão
O estado de conservação do Leão Africano, para muitos o símbolo da vida selvagem, representa na atualidade uma séria preocupação. Foi classificada como Vulnerável na Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas em 2004, devido a um declínio contínuo da população, com números actuais estimados em 23,000-39,000. A população de leões, em apenas três gerações, perdeu cerca de 43% (aproximadamente 20 anos) isto é, em 1940 existiriam 450.000, em 1980 desciam para 100.000 e atualmente o seu número ronda os 20.000, como referido anteriormente (IUCN Red List, 2016). Na África Ocidental, leões registados não atingem os 1.500 indivíduos, oficializando a ameaçada (IUCN, 2009). Esta espécie pode ser encontrada em savanas, pastagens, mata densa e bosques (AWF, 2016).
Apesar de ações de conservação bem sucedidas em África, o Leão (Panthero leo) permanece na lista dos mais vulneráveis a nível global, devido a declínios noutras regiões. A subpopulação encontra-se num declínio abismal devido à alteração do habitat, caça insustentável, pelo conflito homem-leão e diminuição das presas ou ainda pelo tráfico de ossos e outras partes do corpo para a medicina tradicional (IUCN, 2015).
fonte: Adrian Steirn, 2016
Declínios acentuados foram registados na África Oriental e na Ásia. Em tempos anteriores o território do leão abrangia toda a África, Médio Oriente, Irão, Índia e Europa (de Portugal à Bulgária e do sul de França à Grécia) (Cristina, 2010).
A subespécie asiática consiste hoje apenas de cerca de 300 leões que vivem num território de 1412 km² na Floresta de Gir, noroeste da Índia, considerado como santuário no estado de Gujarat. Embora o desaparecimento da espécie seja uma generalidade em África são apresentados alguns resultados positivos, nomeadamente um aumento de 12% em quatro países, nos quais: Botswana, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe. Esta recuperação deve-se à proliferação de leões reintroduzidos em reservas vigiadas, suportadas por financiamentos. Se as injeções orçamentais nas terras selvagens não forem mantidas, devido ao nível crescente de ameaças, a espécie irá certamente piorar o seu estado de extinção (Bauer, et al., 2015). Estes têm ainda a capacidade de afetar outros ecossistemas naturais em todo o continente pois são predadores de topo tendo a capacidade de afetar a manutenção das suas presas, como as zebras ou os gnus (WWF, 2016).
A Quercus realça que existe uma variedade majestosa de subespécies de Leões, nomeadamente: Panthera Leo Persica, Panthera Leo Leo, Panthera Leo Nubica, Panthera Leo Azandica, Panthera Leo Bleyenberghi, Panthera Leo Krugeri, Panthera Leo Senegalensis, Panthera leo melanochaita.
Um clã de leões é conhecido pela capacidade de manter o grupo unido. É geralmente constituído por dois machos e várias fêmeas adultas, fazendo-se acompanhar das suas crias ao longo das diversas fases de desenvolvimento. Quando as crias masculinas atingem o tamanho adulto, no nascer da juba, os patriarcas expulsam-nos do clã para que não lhes façam concorrência, nomeadamente sexual. Um leão adulto chega a pesar cerca de 250 kg e para se alimentar convenientemente necessita de comer cerca de 60 kg de carne por dia. Estes são predadores temíveis, capazes de atacar a maioria dos animais, sejam selvagens ou gado doméstico (Lopes, 2011).
Concluindo, durante muito tempo o leão foi considerado como um símbolo de bravura e apesar de temido é homenageado em esculturas, brasões, literatura, pinturas e até mesmo em bandeiras nacionais, por isso é urgente retomar o respeito que esta espécie merece.
Lisboa, 10 de Agosto de 2016
A Direção Nacional da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza